
MOVIDA A GRAVIDADE
Tecnologia para armazenar energia renovável capta centenas de milhões de dólares
Captar energia eólica ou solar é relativamente simples – o desafio é armazenar essas energias renováveis para momentos de alta demanda. As baterias de íon-lítio até dão conta do recado, mas o problema é que o lítio não brota como água, e a sua mineração impacta o meio ambiente. Além disso, o preço desse mineral tem subido muito desde 2021, por culpa do nó logístico causado pela pandemia.
A startup Energy Vault, que tem Leonardo DiCaprio como membro do conselho consultivo, criou uma alternativa que remete às aulas de ciência do colégio. No município de Arbedo-Castione, na Suíça, a empresa criou um colossal sistema de armazenamento de energia que depende, basicamente, da gravidade.
A mágica acontece em uma espécie de guindaste de aço de 70 metros de altura, com seis braços suspensos, que usa a eletricidade excedente da rede à qual está ligado para suspender 35 toneladas de blocos. Quando a demanda aumenta, a carga é abaixada, liberando energia cinética de volta para a rede – tudo regido por inteligência artificial.
“Para competir com os combustíveis fósseis, é preciso tornar as energias renováveis previsíveis”, afirma Robert Piconi, o fundador da Energy Vault, que amealhou US$ 235 milhões na estreia na bolsa de Nova York, em fevereiro. A startup tem como cliente a DG Fuels e fechou acordos com gigantes como Saudi Aramco, Korea Zinc e BHP.
